Vício

Na minha primeira vez eu pensei “ah, foi dessa vez, pra experimentar”. E agora, em retrospecto, percebo que estou “experimentando” faz anos.

A gente repete, vai fazendo, vai sendo, mas sempre acha que se quiser para.

O que começou num final de semana, alcoolizado em alguma balada esquisita, agora começa a afetar tua vida, teu trabalho, teus relacionamentos.

Quando tu se dá conta, já perdeu o controle. Antes tu era assim só no fim de semana. Agora é terça-feira? Bora, surgiu uma oportunidade. SEXTACHEIRA? É o dia, mete o loco.

Depois de um tempo tu nem percebe, mas já não tem mais controle — é involuntário. Algumas vezes nem percebe o que fez.

Estraga a reunião familiar, cria clima na festinha com os amigos — no início eles até achavam legais, vinha com umas piadinhas. Mas agora percebem que isso não tem graça e é um problema.

Os amigos mais próximos tentam te avisar — tu não dá ouvidos. Eles invejam essa energia, essa coragem, eles não sabem como é. Quando tu se dá conta, é tarde demais.

Finalmente tu se dá conta e admite: tu é mais um viciado em ser trouxa.