A vida de pesquisador de campo não é nada mole.
Em uma pesquisa fui realizar uma compra em uma dessas lojas chiquérrimas do Itaim, bairo (es)nobre de São Paulo. Bairro de SUV e de gente que tem motorista e segurança sempre por perto, sabe como é?
Meu objetivo neste cenário curioso era relativamente fácil: em um ambiente real de classe média alta, fazer uma compra e ter o pagamento não autorizado.
Garanti que o valor dos produtos fossem umas cinco vezes superior ao pouco saldo disponível na minha conta. Limite eu não tenho nenhum pois proibi o banco de liberar cheque especial. Este não era o primeiro teste e por isso eu estava bem confortável com a situação.
O “setup” da pesquisa estava feito e o ambiente pronto: selecionei os produtos (com preços extravagantes) e falei pro vendedor que iria levar. Ele ficou feliz pela comissão, todo mundo estava alegre, agora era só eu pagar. No caixa saquei o cartão de débito (isso aí, nada de crédito), digitei a senha e…
TRANSAÇÃO APROVADA.
Até aquele momento esta mensagem sempre foi motivo de felicidade, motivo daquele alívio contido.
Não hoje, não desta vez. Um cliente havia transferido dinheiro para minha conta três minutos antes de eu realizar este último teste.
Mas o mais importante: o que vou fazer com esta caralha deste lustre?